Deepfakes do Bem: da ARTificialidade à crítica social com o Projeto E-ARTi

Deepfakes para o bem? O projeto E-ARTi traz este anti-herói à cena. Transforma os media sintéticos (como os deepfakes) em ferramentas para a educação em arte e media.

Felipe Aristimuño

11/28/20242 min ler

Prontos para uma reviravolta?

O projeto E-ARTi está a virar o jogo dos deepfakes, mostrando que os media sintéticos—sim, os deepfakes—podem ser os heróis e não os vilões na educação em arte e media. Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT Portugal) e com base no Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes (CIEBA), Universidade de Lisboa, o E-ARTi tem uma missão clara: transformar arte gerada por IA e memes em ferramentas poderosas para justiça social, inclusão e consciencialização cultural.

Mas, espera aí—o que são deepfakes, afinal?

Basicamente, são trocas de rosto em vídeos por IA, muitas vezes criadas para enganar ou trolar. Mas aqui está o plot twist: no E-ARTi acreditamos que estas tecnologias podem ser catalisadores de mudanças positivas. O projeto inspira criatividade, colaboração e ativismo visual, demonstrando como os adolescentes já estão a remixar e a reinventar estes media para causas significativas.

E qual é o grande objetivo?

A ideia é simples e ousada: usar os media sintéticos de forma criativa e consciente para promover justiça social e inclusão na educação artística e mediática. O E-ARTi está a desenvolver um currículo para jovens dos 12 aos 18 anos, ensinando-os a usar estas ferramentas de forma ética e crítica, dando-lhes voz e poder para impulsionar mudanças sociais.

A metodologia (ou a fórmula mágica):

O E-ARTi combina investigação etnográfica online, exploração artística e estratégias práticas com IA na sala de aula. Entre 2024 e 2030, o projeto será dividido em três fases, incluindo observações em sala de aula, workshops com alunos e professores, e o desenvolvimento do currículo E-ARTi. E sim, haverá dois livros: um para o mundo académico e outro para professores e estudantes, repleto de descobertas e insights.

O que o E-ARTi oferecerá para todos nós?

Currículo E-ARTi: Um currículo flexível e culturalmente adaptado para ajudar professores a introduzir os media sintéticos nas suas aulas.

Formação de professores: Programas de desenvolvimento profissional para lidar com os desafios éticos e pedagógicos destes media.

Consciencialização: mapear o impacto dos media sintéticos na arte, na educação e na vida quotidiana.

Publicações: Dois livros que explicam tudo—um para académicos e outro para professores e estudantes.

Considerações éticas: Sabemos o que estão a pensar: “Deepfakes? Não são perigosos?” O E-ARTi leva a ética muito a sério, abordando questões como privacidade, autenticidade e potenciais abusos. O projeto garante proteção de dados e transparência, envolvendo todos—dos alunos aos pais—neste processo.

O E-ARTi não se limita a usar a tecnologia; está disposto a transformar a forma como nos envolvemos com os media sintéticos. Ao capacitar os jovens para se relacionarem criticamente com estas ferramentas, o projeto está a moldar uma cultura digital mais inclusiva, consciente e socialmente responsável. Prontos para esta jornada?